
FARISEUS
• Origem
Os fariseus eram os descendentes espirituais dos judeus piedosos que lutaram contra os helenistas no tempo dos primeiros macabeus. É possível que o nome fariseus, separatistas, lhes tenha sido dado por seus inimigos para indicar que eles eram dissidentes. Também é possível que fosse usado com desprezo devido à rigidez de sua separação dos compatriotas judeus e dos pagãos.
Os fariseus surgiram do antigo partido dos hassidim, que faziam objeção a helenização da cultura judaica. Os fariseus eram mestres da interpretação das tradições orais dos rabis. Quase todos provinham de família de artífices e mercadores da classe media. O apostolo Paulo, por exemplo, era fabricante de tendas.
• Destaque na religião judaica
Os fariseus constituíam a seita mais influente do judaísmo no tempo de Cristo. Eles exerciam poderosa influencia sobre as massas camponesas. Quando o povo judeu enfrentava uma decisão importante, eles se apoiavam na opinião dos fariseus de preferência à do rei ou à do sumo sacerdote. Visto que o povo confiava neles, os fariseus eram escolhidos para os altos postos do governo, incluindo o sinédrio.
Os fariseus compunham também a mais numerosa das seitas religiosas dos judeus, embora o historiador Josefo tenha calculado que apenas 6.000 fariseus viviam na palestina no tempo de Jesus.
Os fariseus ensinavam que os justos viveriam de novo após a morte (At 23:8), ao passo que os maus seriam castigados eternamente. Eram poucos os demais grupos judeus que aceitavam esse ponto de vista. Pelo contrario, a maioria esposava a idéia greco-persa de que a morte separava de modo permanente a alma do corpo.
Esse conflito religioso talvez ajude também a explicar por que as multidões seguiam a Jesus. Ele era um carpinteiro pobre, não obstante ensinava a lei com autoridade (Mt 7:28-29); alem do mais, ensinava que os mortos tornariam a viver (Lc 14:14; Jo 11:25). Os ensinos de Jesus acerca da comida (Mc 7:1-9), do respeito aos mais velhos (Mc 7:10-13), e da guarda do sábado (Mt 12:24-32) concordavam com os dos fariseus. Também, com freqüência Jesus falava de anjos, de demônios e de outros espíritos, como os místicos judeus haviam descrito. Isso atraia o interesse do povo.
Embora fossem doutrinariamente ortodoxos, seu zelo pela lei mosaica os levara a uma observância estrita, porem exterior e degenerada, tanto da lei como de sua interpretação, sendo esta ultima considerada por eles igualmente investida de autoridade. Eles conheciam as escrituras (Mt 23:2), davam o dizimo (Lc 18:9), jejuavam (Mt 9:14) e oravam (Mc 12:40); no entanto, eram hipócritas (Mt 23:15), justos aos seus próprios olhos (Lc 18:9) e se revelaram os mais ferrenhos perseguidores do Senhor (Mt 9:3).
A lealdade à verdade por vezes produz orgulho e até mesmo hipocrisia, e foi justamente essa distorção dos primeiros ideais farisaicos que Jesus condenou. Jesus e os fariseus por repetidas vezes entraram em choque ante o artificialismo de tal legalismo. O judeu comum, entretanto, admirava os fariseus, como perfeitos modelos de virtude. De fato, formavam eles a coluna mestra do judaísmo.
Jeann Junior.
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