quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Momentos de solidão solidária







Existem momentos em nossas vidas em que ficamos tristes sem nenhum motivo aparente... ficamos pensando se todo o nosso rigor religioso é o que realmente vai nos salvar e inconscientemente chegamos à conclusão que isso tudo não leva ninguém a lugar algum (pelo menos em relação à comunhão com Deus), mas muitas vezes faz com que nossos nomes sejam sempre cotados como os superespirituais.

Por conta disso nos outorgam obrigações, cargos, responsabilidades eclesiásticas onde nós não nos sentimos verdadeiramente aptos a tal nobre função...

Muitas vezes em nossa tentativa de nos mostrar santos nos leva a reflexões putrificadas dentro de nosso inconsciente onde fazemos com que todos nos percebam como os Elias ou Joãos Batistas contemporêneos, mas quando na verdade estamos muito mais parecidos com os Anás, Caifás, Iscariotes da vida...

Acabamos esquecendo que diante de Deus todas as coisas são descobertas, mas nunca nos preocupamos em o que Ele vai pensar de nós quando estamos mais preocupados em que o irmão lá da igreja vai imaginar se nos flagrar olhando para a bunda da irmãzinha que vai com aquela saia toda curta mostrando as pernas e faltando quase nada para mostrar quase tudo.

O pior é que sabemos de toda essa podridão que emana de dentro de nós, mas fingimos que somos inocentes, que simplesmente ao pensar “nessas coisas” já ficamos com nojo e que isso não acontece comigo... às vezes da vontade de rir de tanta raiva do cinismo e da hipocrisia que flui livremente nas rodas descontraidas de bate papo do santos onde falar ou assumir qualquer pecadinho é pedir para ser apedrejado, cuspido, açoitado e até lançado ao abismo...

Esse sentimento torpe prejudica desastrosamente a igreja, pois uma vez escondido todos os nossos males dos que nos rodeiam faz com que essa falsa imagem de supercrente que emana de nos faça com que gere uma falsa referencia no próximo, que pode ate gerar sentimento de inferioridade aquele que sinceramente reconhece que não passa de um verme desprezível condenado ao inferno que nem a graça do Senhor foi capaz de transformar; mas claro que foi, pois somente onde há desgraça é onde pode superabundar graça, somente onde há trevas é onde a luz pode resplandecer...

Acabamos por viver em um sistema formado pela hipocrisia humana corrompendo a comunhão pelo fato de todos estarem petrificados bloqueando assim que qualquer um que esteja precisando de uma mão ou de um ombro para encostar a cabeça... E isso nos faz claramente ver que isso é mal...

Onde ficará a comunhão verdadeira entre os irmãos? Afinal não fazemos parte de um mesmo corpo? Tudo não passa de artificialidade, fruto das barreiras impostas pela dureza dos corações contaminados com a tradição religiosa que de bíblica não tem nada...

Alem do sectarismo camuflado pelas rodas de bate papo superficiais onde sentimentos só são expressos artificialmente essa dureza causada pela soberba escondida pelo ego não permite que o pobre do ser não examine a si mesmo na tentativa de pelo menos pedir perdão por algo minimamente pecaminoso que seja digno de tal.

Acabamos por nos perceber como pessoas superespirituais, mais espirituais que até o próprio cristo que em determinado momento de sua vida íntima confessou aos mais próximos que sua alma estava profundamente abalada... se hoje confessarmos a alguém que estamos abalados, é provável que a pessoa nos mande logo repreender esse sentimento negativo e sequer escuta qual o nosso verdadeiro problema... aí teríamos que agüentar tudo sozinho, senão tivéssemos em nossas vidas aquele que tudo sofreu por nós, que nos entende, que nos escuta e nos responde de maneira incrivelmente singela...

Nele, somente nele temos plena comunhão se confessarmos os mais podres dos nossos pecados, porque o homem... nada pode fazer a não ser julgar-nos como o mais terrível dos pecadores. Porem, enquanto não nos achegarmos a cristo como o mais podre dos pecadores, não alcançaremos perdão. Afinal, ele é o único que verdadeiramente nos entende.

Nele, que não teve vergonha de confessar que estava com a alma abalada

Amém.



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