
Certa vez estava conversando com um amigo que dizia estar em estado de Graça apenas buscando a Graça, para que apenas pudesse viver por, da, para a Graça. E ele me falou uma frase interessante que naquele momento desencadeou dentro de minha cabeça uma serie de reflexões onde antes que ele pudesse concluir sua linha de raciocínio meneei positivamente a cabeça em um sinal de concordância: “na verdade, somos verdadeiros papagaios, que apenas repetimos aquilo tudo que nos falam...”
Muitas vezes nos deixamos influenciar pela cadeia de um sistema complexo que nos transformam em verdadeiros papagaios onde apenas repetimos aquilo que é falado ou veiculado por uma determinada liderança religiosa ou uma determinada cadeia global de informação com fortes poderes de mídia gospel, fazendo com que assim nos afastemos da verdadeira verdade que conduz à vida eterna. E isso sem duvida não reflete uma outra coisa senão o espírito pós-moderno infiltrando-se na sociedade cristã silenciosamente através do relativismo gerando dessa forma uma falsa tolerância por parte dos crentes àquilo que é notoriamente prejudicial apenas para que não sejamos diferentes dos demais, para que assim não recebamos pedradas ou quarenta menos uma chibatadas...
Isso é prejudicial dentre vários aspectos pelo menos no sentido de nos afastarmos do verdadeiro evangelho (não querendo ser ortodoxo, tentando ao mesmo tempo nos manter dentro da ortodoxia) que nos indica claramente nos abster das coisas desse mundo visto que ele jaz no maligno e que não temos como participar ao mesmo tempo da Ceia do Senhor e da mesa de Belial.
Infelizmente acabamos por retroagir achando que estamos nos aprofundando ou amadurecendo espiritualmente negando a Graça, ao ponto de quase que imperceptivelmente nos elevarmos ao ponto de negarmos o próprio poder de Deus em nossas vidas, dando lugar muitas vezes por questões puramente geradas pela carne como o egoísmo escondido em um falso sentimento de zelo e proteção, ou muitas vezes de auto-afirmação onde indicamos em reuniões que apenas nós somos capazes de fazermos com que “algo” verdadeiramente aconteça negando assim absurdamente o poder da graça de Deus e ao mesmo tempo assumindo a condições de intermediadores negando novamente a Cristo...
Muitas vezes as grandes redes de comunicações autodenominadas evangélicas ajudam e dão fôlego a esses conceitos desviados não do pecado, mas da sã doutrina da reconciliação de Deus com o homem por meio da morte de seu Filho através única e exclusivamente do arrependimento seguido da fé em uma pura jogada de marketing comercial utilizando assim o nome de Jesus como uma carta de recomendação que outorga poderes para que digam qualquer coisa que lhes caibam como aprazíveis e que assim será verdade... Infelizmente a sociedade herdou de seus antepassados hábitos pagãos de religiosidade e expiação e não consegue absorver a simplicidade do arrependimento para perdão de pecados.
O evangelicalismo contemporâneo tornou a igreja do Senhor a algo semelhante ao movimento opositor da reforma. A iconoclastia e a idolatria juntamente com a venda de indulgencias estão levando o nome de Jesus ao porte de um passaporte para a salvação e para a prosperidade financeira e física. Tudo isso causado muitas vezes por esses “superapóstolos” que acabaram por contaminar de tal maneira a mente dos fiéis ao ponto de eles mesmos negarem a Jesus como o único e suficiente para a salvação e perdão, fazendo com que assim esses itens fundamentais redentores são colocados em segundo ou em terceiro ou em até quarto plano na vida desses cristãos.
Na segunda carta (segundo o cânon, mas a quarta carta que se tem conhecimento histórico) do apóstolo Paulo aos coríntios ele reforça o combate feito na segunda carta perdida (que na ordem cronológica dos fatos seria a 3ª carta de Paulo aos coríntios) aos “superapóstolos” que naquela ocasião colocaram em cheque sua autoridade apostólica trazendo para si mesmos as próprias recomendações do Cristo. Esses falsos líderes estavam influenciando com relevância os ensinos doutrinários da igreja de corinto negativamente.
Esses superapóstolos denegriam em palavras a imagem de Paulo chegando a afirmar que ele era covarde na presença deles, porem corajoso por meio de cartas, que ele não tinha eloqüência apurada e ao mesmo tempo intitulavam-se superespirituais, superapóstolos.
Contemporaneamente, a igreja do Senhor esta muitas vezes absorvendo muitos ensinos semelhantes ao dos superapóstolos de 2 Coríntios, visto que colocam em cheque a autoridade e a suficiência de Cristo ao induzirem o povo a crer em uma serie de rituais complementares que destacam resultados eficazes para o sucesso, para a cura física, para o bem estar.
Isso é maléfico em dois pontos fundamentais: 1º há uma inversão no centro da nossa adoração, onde Cristo é colocado de lado para que tenhamos aquilo que nos é mais conveniente e em 2º colocam a suficiência de Cristo em cheque assim como colocaram o apostolado de Paulo. Tudo isso, partindo de interpretações equivocadas das Escrituras, fazendo com que ela sirva para dizer aquilo que eles querem que ela diga ao invés de se buscar dizer o que ela quer realmente nos dizer.
E muitos de nós estamos suscetíveis a esses falsos ensinamentos, muitos de nos estamos facilmente expostos a toda essa podridão disfarçada por paletós e cabelos rigorosamente penteados com gel. Eles esquecem que o maior deste mundo era um que se vestia com peles de animais e deveria ter o cabelo mais ou menos parecido com o de Bob Marley...
Isso esta incrustado na sociedade. As músicas “evangélicas” são logo ignorantemente chamadas de adoração, quando na verdade enquanto você esta mergulhado no emocionalismo, o outro lá de cima do palco está mais preocupado com os dólares e com o seu papel higiênico de cor de rosa ou com suas três mil toalhas brancas. As pregações estão falando de dinheiro mais que de arrependimento e perdão... Tudo está invertido para não dizer ua palavra politicamente in-correta.
O problema maior de isso tudo é que essa alienação espiritual não parte apenas dos bancos da igreja, mas do púlpito fazendo com que assim o poder de destruição dessas falsas doutrinas carregadas de hipocrisia, falsidade, religiosidade, ganância e interesses próprios se alastrem mais poderosamente. Muitos pastores e lideres acabam por serem presas fáceis desses profetas da prosperidade ou desses super-religiosos legalistas sectaristas em beneficio de uma “igreja próspera”.
Temos muitas vezes um salão cheio de pessoas, mas que ainda não são igrejas... que são enganadas por essa rede miserável des-graçada.
Por conta disso tudo, temos que nos examinar para ver se estamos na fé. O apóstolo Paulo nos incita a provar a nós mesmos para que reconheçamos que Jesus Cristo está em nós, para que dessa forma saibamos que somos alem de escolhidos, aprovados.
E muitas vezes chegamos à conclusão que estamos não no Caminho, mas em veredas que só nos levam à tristeza, mas que pelo menos através dessas possamos ficar tristes para que assim cheguemos ao arrependimento por reconhecer após analisar, provar, examinar, que as sutilezas do complexo meio institucional religioso nos enganaram e estão entranhadas em nós e que dessa forma possamos alcançar arrependimento e assim voltar ao único e verdadeiro Caminho saindo dessas veredas que só nos levam a decepções contínuas e eternas.
Que possamos alegrar a Deus assim como o povo de Corinto alegrou a Paulo quando se entristeceu, ainda que por pouco tempo, não porque fostes entristecidos, mas porque fostes entristecidos segundo a vontade de Deus, para que não sofresse dano algum por causa do “evangelho”. Pois a tristeza a tristeza segundo a vontade de Deus produz o arrependimento que conduz à salvação.
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