quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Conduzido pelo coração...




Eclesiastes 11:9 - 12:1

Alegra-te, jovem, na tua juventude, e recreie-se o teu coração nos dias da tua mocidade; anda pelos caminhos que satisfazem ao teu coração e agradam aos teus olhos; sabe, porém, que de todas estas coisas Deus te pedirá contas.
10Afasta, pois, do teu coração o desgosto e remove da tua carne a dor, porque a juventude e a primavera da vida são vaidade.
Lembra-te do teu Criador nos dias da tua mocidade, antes que venham os maus dias, e cheguem os anos dos quais dirás: Não tenho neles prazer;


Jovem, a juventude é uma dádiva que Deus concede a todos, mas nem todos a desfrutam em sua plenitude... Não falo isso por falta de dinheiro ou outra necessidade básica em falta, mas na maneira como é vivida e saboreada.

Quantas vezes nós nos precipitamos e fazemos as coisas quando no tempo não determinado. Não estou dizendo que não se deve “viver”. Muito pelo contrario faço a apologia da vida. Vida abundante. Faço a apologia que devemos viver o hoje, sem pensar que amanhã poderemos fazê-lo, pois pode ser que amanhã já não se poderá mais. Afinal, quem sabe o dia de amanhã, senão o Criador?

Nessa passagem vemos claramente a sabedoria do evangelho nos ensinando a alegrarmos os nossos corações nos dias da nossa mocidade. Afinal, não há momento melhor para sermos felizes e conduzir nossas vidas através do nosso coração, enquanto os nossos dias não são maus, enquanto ainda se podem fazer escolhas, pois haverá um momento em que as escolhas irão se esvaindo e nós teremos apenas que decidir se iremos fazer ou não ao invés de escolhermos como fazer.

Conheço uma senhora já de idade que tem dificuldade de se locomover, já debilitada por conta de sua musculatura frágil. Ela fica parada, com dificuldades para falar, para acenar... Ela talvez se lembre o quanto fora forte e cheia de vida. Quantas vezes pode ir à praia e olhara para o sol, sentindo a brisa da maresia sobre seu rosto. Talvez se lembrara das amigas de infância que permaneceram amigas até a juventude, de quantas vezes saiu para se divertir, de quantas historias tem para contar para seus descendentes ou quantas poderia contar se as tivesse vivido... Mas agora é tarde demais para se viverem essas historias. Hoje, já não consegue mais exibir seu corpo cheio de vida, pois já se anda curvada ao tempo. Quando todos não contam mais com você, mas pelo contrario, já lhe tem como morto, e já andam a choramingar teu nome. Hoje seus dias já não são tão bons...

A juventude como dádiva nos permite viver no equilíbrio de nossas vidas, visto não sermos mais como crianças, mas também nem como idosos, mas com jovens. Como jovens que tem uma gama de oportunidades para serem desfrutadas, saboreadas, vividas, sentidas; como maduros que tem sabedoria para desfrutar, saborear, viver e sentir essas situações que a vida nos permite.

O pregador nos exorta a vivermos enquanto podemos viver. Ter prazer na vida enquanto se pode ter. Exorta-nos a seguirmos o nosso coração enquanto ainda se pode fazê-lo. Exorta-nos a sorrir quando se pode sorrir, a contemplar o sol enquanto nos é doce.
Mas muitas vezes confundimos viver abundantemente com viver desregradamente e assim vivemos não somente pelos caminhos do coração, mas pelas veredas da ilusão. Confundimos-nos. Tornamos-nos vulneráveis quando não permitimos mais que em nossos corações haja a Luz do evangelho para nos guiar.

Quantas decepções. Quantas noites sem sono. Quanto medo de ter pegado AIDS por ter transado, e sem camisinha. Quanta irresponsabilidade por permitir que inocentes sofram por conta da nossa rebeldia. Quantas vidas destruídas. Quantas feridas.
Quantas marcas. Quantas dores.

Quando em nosso coração há a sabedoria do Espírito, podemos deixá-lo como nosso guia, mas quando nele encontramos escuridão por ausência de Luz, quando se há escuridão para esconder o que há de podre nele, não podemos permitir que nossa vida seja destruída deixando que ele nos conduza.

Quantas pessoas não viveram oportunidades no momento de vivê-las e depois de algum tempo querem fazê-las. Quantos jovens envelhecidos. Quantos velhos infantis. Quantos casamentos destruídos por conta da falta de etapas fundamentais na vida de um ser humano. Quantas vidas destruídas eternamente por falta de um Sol para iluminar os caminhos.

Que nos possamos saborear nossos dias enquanto podemos saboreá-los, pois os dias maus são muitos.

Que nos possamos permitir que Deus, onde todas as coisas existem e subsistem, conduza o nosso viver. Pois a ele nós iremos a juízo não só para prestarmos conta daquilo que fizemos, mas também daquilo que não fizemos.

Deus foi justo ao ponto que permitiu que todas as pessoas que chegaram à velhice passassem pela juventude. Todas tiveram oportunidade. Oportunidade de escolher entre a Luz ou entre as trevas. Oportunidade de ser conduzido a verdes pastos ou a terras secas. Oportunidade de ser conduzido pelo coração ou pelo pecado.

Que você, que leu esse texto, possa deixar sua vida ser conduzida pela simplicidade do evangelho, que é a sabedoria eterna. Que você possa deixar que em seu coração, a Luz de Cristo possa iluminar seus caminhos.

Nele, que é a nossa Luz, o nosso Pastor, o nosso Criador, que nos conduz,

Amém.